Participação das famílias na vida escolar dos alunos: a parceria que reforça o vínculo entre o aluno e a escola.
Discutir a participação
das famílias na vida escolar dos alunos. Destacar a importância do vínculo
entre família e escola.
A
ampliação da jornada escolar implica em contanto significativamente mais
próximo e mais longo com os alunos.
Os
pais, em sua maioria, matriculam seus filhos em uma escola de tempo integral,
porque não conseguem cuidar e atendê-los, enquanto exercem suas atividades
profissionais.
Neste
panorama, existem pais que devido à sua demanda profissional, muitas vezes,
querem delegar à escola toda responsabilidade pela educação dos seus filhos.
Alguns
professores queixam-se de que as famílias delegam a eles toda a
responsabilidade pela educação dos filhos e, sentem-se muitas vezes,
sobrecarregados e mesmo incapazes de realizar tal tarefa. Algumas famílias
sentem-se “invadidas e desrespeitadas” pela escola, que toma para si tarefas
que são da competência da família.
Em muitas escolas,
percebe-se frequentemente uma disputa quanto a quem cabe a educação das
crianças e quais aspectos são específicos de cada instituição.
Segundo SZYMANSKI: Escola
é Escola, Família é Família. O que ambas as instituições têm em comum é o
fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e
para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social.
Ambas desempenham um papel importante na formação do indivíduo e do futuro cidadão. (p.216)
Neste
sentido, a primeira condição fundamental nas relações entre família e escola é
a criação de um clima de respeito mútuo, favorecendo sentimentos de confiança e
competência, tendo claros e definidos os âmbitos de atuação de cada uma.
A LDB
9494/96 prevê em seu Art. 2º:
A educação, dever da
família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Ainda
segundo a LDB 9394/96, os profissionais da educação devem ser os responsáveis
pelos processos de aprendizagem, mas a lei prevê a ação integrada das escolas
com as famílias:
Art. 12. Os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de
ensino, terão a incumbência de: (...) VI – articular-se com as famílias e a
comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; (...)
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) VI – colaborar com as atividades
de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de
ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação
básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios: (...) II – participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
Assim,
a escola faz parte do cotidiano dos alunos e os pais devem fazer parte do
processo ensino-aprendizagem. É cada vez mais importante incentivar os pais
para participarem ativamente na vida escolar dos seus filhos e esta
participação pode fazer a diferença.
No
entanto, muitas vezes o absenteísmo dos pais, pode-se dever a
incompatibilidades dos horários dos compromissos profissionais com os horários
das reuniões e dos atendimentos oferecidos pelas escolas.
O movimento “Todos pela
Educação”[1] realizou um estudo
com famílias de estudantes de escolas públicas. Conseguiu identificar as
atitudes comuns às famílias de crianças e jovens que se destacam na escola,
conforme o quadro abaixo:
De
acordo com o estudo, existem diferentes tipos de envolvimento de pais na vida
escolar dos filhos e atitudes comuns às famílias de crianças e jovens que
apresentam um bom desempenho na escola.
Assim
é preciso construir uma parceria com a família em torno do processo educativo.
É preciso que gestores e professores assumam uma postura ética e democrática no
sentido de criar novas formas de participação na escola, ouvindo, registrando e
divulgando o que alunos e comunidade pensam, falam, para receber sugestões, e
não apenas para emitir cobranças e reclamações referentes aos alunos.
O estreitamento das
relações entre as escolas e as famílias teve início no Brasil na década de
1990, e o reconhecimento da importância desse processo está referendado no
Plano Nacional de Educação (PNE). Para ampliar a gestão democrática nas escolas
públicas, a meta 19 do PNE prevê o prazo de 2 anos, para a
efetivação da gestão democrática da Educação, associada a critérios técnicos de
mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das
escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
A
gestão democrática, por meio da participação efetiva dos órgãos colegiados
(conselho de escola) e instituições auxiliares (associação de pais e mestres e
grêmio estudantil) existentes nas escolas, permite que as responsabilidades
sejam compartilhadas na medida que abre espaço para iniciativa e participação
de toda a comunidade escolar para resolver os desafios no âmbito de cada
instituição.
Finalizando, a
participação das famílias no desenvolvimento dos projetos pedagógicos, na
aplicação e fiscalização dos recursos destinados aos programas educacionais
podem contribuir significativamente para a qualidade da educação.
Referências
BRASIL.. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em:07/09/2015
SZYMANSKI, H. Educação para família: uma proposta de
trabalho preventivo. Rev. Bras. Cresc. e Des. Humano, São Paulo, v. 4, n. 1, p.
34-39, 199
_____. Encontros e Desencontros
na Relação Família-Escola. In: Ideias. São Paulo, FDE, n.28,
p.213-225, 1997. A Relação família/escola. Desafio e perspectivas. Brasília.
Editora Plano, 2003.
Postado por Débora José
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