segunda-feira, 9 de maio de 2016

Participação das famílias na vida escolar dos alunos: a parceria que reforça o vínculo entre o aluno e a escola.

Discutir a participação das famílias na vida escolar dos alunos. Destacar a importância do vínculo entre família e escola.
A ampliação da jornada escolar implica em contanto significativamente mais próximo e mais longo com os alunos.
Os pais, em sua maioria, matriculam seus filhos em uma escola de tempo integral, porque não conseguem cuidar e atendê-los, enquanto exercem suas atividades profissionais.
Neste panorama, existem pais que devido à sua demanda profissional, muitas vezes, querem delegar à escola toda responsabilidade pela educação dos seus filhos.
Alguns professores queixam-se de que as famílias delegam a eles toda a responsabilidade pela educação dos filhos e, sentem-se muitas vezes, sobrecarregados e mesmo incapazes de realizar tal tarefa. Algumas famílias sentem-se “invadidas e desrespeitadas” pela escola, que toma para si tarefas que são da competência da família.
Em muitas escolas, percebe-se frequentemente uma disputa quanto a quem cabe a educação das crianças e quais aspectos são específicos de cada instituição.
Segundo SZYMANSKI: Escola é Escola, Família é Família.  O que ambas as instituições têm em comum é o fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social. Ambas desempenham um papel importante na formação do indivíduo e do futuro cidadão. (p.216)
Neste sentido, a primeira condição fundamental nas relações entre família e escola é a criação de um clima de respeito mútuo, favorecendo sentimentos de confiança e competência, tendo claros e definidos os âmbitos de atuação de cada uma.
A LDB 9494/96 prevê em seu Art. 2º:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Ainda segundo a LDB 9394/96, os profissionais da educação devem ser os responsáveis pelos processos de aprendizagem, mas a lei prevê a ação integrada das escolas com as famílias:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: (...) VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; (...) Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: (...) II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Assim, a escola faz parte do cotidiano dos alunos e os pais devem fazer parte do processo ensino-aprendizagem. É cada vez mais importante incentivar os pais para participarem ativamente na vida escolar dos seus filhos e esta participação pode fazer a diferença.
No entanto, muitas vezes o absenteísmo dos pais, pode-se dever a incompatibilidades dos horários dos compromissos profissionais com os horários das reuniões e dos atendimentos oferecidos pelas escolas.
O movimento “Todos pela Educação”[1] realizou um estudo com famílias de estudantes de escolas públicas. Conseguiu identificar as atitudes comuns às famílias de crianças e jovens que se destacam na escola, conforme o quadro abaixo:




De acordo com o estudo, existem diferentes tipos de envolvimento de pais na vida escolar dos filhos e atitudes comuns às famílias de crianças e jovens que apresentam um bom desempenho na escola.
Assim é preciso construir uma parceria com a família em torno do processo educativo. É preciso que gestores e professores assumam uma postura ética e democrática no sentido de criar novas formas de participação na escola, ouvindo, registrando e divulgando o que alunos e comunidade pensam, falam, para receber sugestões, e não apenas para emitir cobranças e reclamações referentes aos alunos.
O estreitamento das relações entre as escolas e as famílias teve início no Brasil na década de 1990, e o reconhecimento da importância desse processo está referendado no Plano Nacional de Educação (PNE). Para ampliar a gestão democrática nas escolas públicas, a meta 19 do PNE prevê o prazo de 2 anos, para a efetivação da gestão democrática da Educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
A gestão democrática, por meio da participação efetiva dos órgãos colegiados (conselho de escola) e instituições auxiliares (associação de pais e mestres e grêmio estudantil) existentes nas escolas, permite que as responsabilidades sejam compartilhadas na medida que abre espaço para iniciativa e participação de toda a comunidade escolar para resolver os desafios no âmbito de cada instituição.
Finalizando, a participação das famílias no desenvolvimento dos projetos pedagógicos, na aplicação e fiscalização dos recursos destinados aos programas educacionais podem contribuir significativamente para a qualidade da educação.

Referências
BRASIL.. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em:07/09/2015
SZYMANSKI, H. Educação para família: uma proposta de trabalho preventivo. Rev. Bras. Cresc. e Des. Humano, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 34-39, 199
_____. Encontros e Desencontros na Relação Família-Escola. In: Ideias. São Paulo, FDE, n.28, p.213-225, 1997. A Relação família/escola. Desafio e perspectivas. Brasília. Editora Plano, 2003.


Postado por Débora José

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